É só um líder sair da sua antiga empresa que lá vem uma nota de desligamento pra “agitar” o mercado.
O objetivo, lógico, é tentar justificar os motivos que levaram à sua saída e — de quebra — influenciar a rede a trilhar este mesmo caminho.
Mas será que é necessário criar todo um estardalhaço virtual para isso?
Não existe uma outra forma de sair dignamente, sem precisar “cuspir no prato que comeu”?
Qual o efeito real dessas sucessivas notas de desligamento, mas que poucos percebem?
Por isso, quando usam os problemas da sua antiga empresa para justificar a saída, ignoram um preceito básico da liderança, que é não dar desculpas e se responsabilizar por suas escolhas.
Além disso, não era esse mesmo líder que, até pouco tempo atrás, dizia morrer de amores por essa mesma companhia que agora “não vale nada”?
O alarde de uma nota de desligamento pode até ajudar a trazer algumas pessoas para o novo negócio, mas arruina a reputação como líder ao longo do tempo.
Ué, mas não foi você que influenciou centenas ou até milhares de pessoas a irem para essa empresa?
Não teria você também uma parcela de culpa por ter feito uma escolha mais focada nos benefícios do curto prazo do que nos desafios do longo prazo?
As pessoas são mais inteligentes do que imaginamos e cada vez menos se deixarão influenciar novamente, se o seu discurso sempre vier impregnado de situações negativas.
Essas últimas semanas foram bem movimentadas envolvendo a migração de grandes líderes para novas companhias.
Me chamou a atenção as posturas de dois deles em especial — Bruno Brancalion e Sidarta Rebello.
Em vez de usarem os problemas das antigas empresas para engajar com a tal “nota de desligamento”, eles simplesmente as agradeceram publicamente e disseram por que estavam apostando em um novo negócio.
Precisa mais do que isso?
É mais simples e inteligente do que se envolver em polêmicas desnecessárias e focar no que realmente importa — o futuro.
Mín. 26° Máx. 28°