Após anunciar subsídio para diminuir os impostos dos carros populares no Brasil, o Governo Federal antecipou a reoneração do diesel em 90 dias. As duas medidas impactam negativamente a mobilidade urbana, segundo Fabio Ferreira, CEO da Empresa 1, centro de inovação em mobilidade urbana. Com mais carros na rua, a há diminuição do uso do transporte público e, consequentemente, trânsitos intensos, baixa qualidade de vida da população, mais acidentes e aumento das emissões de poluição na atmosfera. O combustível mais caro desfavorece a operação dos ônibus e é o passageiro que sente a diferença direto no bolso, já que dos mais de 688,8 mil ônibus no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, pouco mais de 380 veículos são elétricos (dados do E-BUS Radar).
O executivo avalia que os órgãos reguladores poderiam ter mais transparência na operação de bilhetagem para acessar todas as informações necessárias da operação e, assim, avaliar de forma assertiva os subsídios ao setor.
“As decisões beneficiam a classe média e um segmento de empresários específico. O apoio do governo poderia ser investido em subsídio de tarifa de transporte para estudantes, trabalhadores e para a classe social que não tem acesso ao transporte. É primordial o uso eficiente do espaço público, uma vez que as ruas não comportam mais carros e o aumento no preço do diesel onera as passagens”, declara Fábio.
Um olhar para o meio-ambiente
Dados do Ipea indicam que, em média, são necessários 48 carros para transportar a mesma quantidade de pessoas que trafegaria em um ônibus e, ao optar pelo carro, cada pessoa lança 7 vezes mais gás carbônico na atmosfera do que se usasse um coletivo urbano.
Para o executivo, além das questões sociais, que precisam de atenção especial, há também o ponto ambiental: “o país tem potencial para ser protagonista mundial nas iniciativas e soluções contra as mudanças climáticas. Em um momento onde é essencial descarbonizar a economia, seguimos na contramão, medidas como a isenção de imposto incentivam exatamente mais emissão de CO₂ na atmosfera”, acrescenta Fábio.
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